quarta-feira, 26 de maio de 2010

Salvo pelos livros...

Eu imaginava que fosse percorrer grandes distâncias em São Paulo. Só não esperava que fossem tão proveitosas.
Nas indas e vindas do trabalho, comecei a perceber como as pessoas fazem aqui para percorrer suas grandes distâncias: sentam-se no ônibus e a primeira coisa que puxam das bolsas/muchilas são seus ipods, mp3, celulares e ouvem música e cochilam o caminho inteiro até em casa. Eu não tenho vocação pra cochilar em ônibus, a não ser que esteja morrendo de sono mesmo, literamente.
Outra opção, para quem gosta de fato, é abrir um livro e perder-se no tempo até chegar próximo de casa. No início sofri com isso, porque só trouxe comigo um livro da Bahia que demorei um tempo considerável pra ler, depois amigos me emprestaram alguns que eu simplesmente devorei. Passei alguns dias tendo que percorrer o caminho de ida e volta olhando a paisagem, vendo o mundo ao redor.
Mas, tive a brilhante idéia de conhecer a Biblioteca de São Paulo, que fica no Parque da Juventude, no Carandiru, e a partir de então, meus dias tem sido mais felizes.
Entro no ônibus e esqueço do mundo lá fora, com livros cada vez mais grossos. Livro pra mim quanto mais grosso melhor...fico literalmente encantado, a depender do seu conteúdo. E aí leio sem a menor dificuldade, e com imenso prazer. E até eu ler todos os que vi lá e que fiquei muito interessado, acho que terei livros pra ler até o fim do ano.
Mas não tenho dedicado meu tempo somente a leitura e a internet. Estive na Virada Cultural de São Paulo e fiquei maravilhado com todo o movimento no centro da cidade em plena madrugada de sábado para domingo. Pude ver shows de Armadinho, Supla, Titãs, Wanderléa (que fui assistir pra lembrar da minha mãe, que a adora.) Teve alguns que vi e nem sei quem eram. Sem contar no espaço onde rolou música eletrônica onde eu e minha amiga passamos maior parte do tempo.
O próximo evento que vamos participar é a Parada Gay. Vamos ver de perto este ano.
No mais, meus amigos leitores, minha vida tem sido isso. Livros para distrair a mente, alguns eventos isolados e até hoje, nenhum dos amigos do blog eu conheci ainda...ao menos os que moram aqui em SP... Vamos ver até quando.
Grande abraço para todos.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Segunda-feira.


"Saindo mais cedo do trabalho, lembrou-se que era segunda-feira. E os dias no qual o encontrou no caminho de casa, no ônibus, eram também segundas-feiras. Então veio a idéia: porque não esperar por ele, no mesmo horário, no mesmo local, para que pudessem dividir o transporte até em casa mais uma vez e hoje finalmente puxar conversa?
Uma vez que chegaria mais cedo em casa, porque não esperar? Arriscar?
A primeira vez que se viram foi à espera do ônibus, naquele mesmo ponto. Uma troca de olhares, outra troca de olhares...até que o ônibus dele chegou e ele se foi. Em uma outra oportunidade, no mesmo lugar, entrou no ônibus e quando percebeu, ele também entrou. Ué, ele mora no mesmo lugar? Acho que não, apenas este ônibus deve passar perto de onde ele mora.
Sentou-se primeiro e percebeu que o mesmo o encarou quando veio para uma poltrona perto, mas do outro lado do ônibus, e a troca de olhares continuou durante boa parte do percurso. E isso aconteceu algumas vezes, sempre ás segundas-feiras. Apenas os olhares.
Moreno, bem vestido, entre 170 e 175m de altura, cheio de estilo. Corpo normal. Cabelos arrepiados, sem gel.
A última vez que sem viram, apareceu com uma garota e um outro menino que costumava pegar o mesmo ônibus, mas que nunca aconteceu dos três irem no mesmo transporte para casa. A menina que estava entre eles desceu no meio do caminho e ele se sentou no lugar dela, divindo o espaço com o outro garoto. Dessa vez, não sobrou muito olhares para si.
Por isso, naquela segunda-feira resolveu acabar com os olhares e cumprimentar o garoto. Um boa noite, um Oi, qualquer coisa do tipo. Um sorriso...
Aproveitou a saída mais cedo, não foi com tanta pressa para o ponto de ônibus. E esperou. A qualquer momento ele chegaria para esperar o transporte, naquele mesmo horário. E esperou.
Esperou...
O horário chegou, mas ele não. Quando o ônibus apareceu na avenida, achou melhor ir para casa sem vê-lo naquela segunda. Quem sabe em um outro dia da semana..."

Hum, preciso me arriscar mais na escrita, sair um pouco da rotina. rs. Um grande abraço, queridos.


quinta-feira, 13 de maio de 2010

Fechando a porta?

O último post falei da saudade da minha mãe, que se estende a comida da minha avó, ao sorriso com meus amigos, a minha cama, a casa que em que morava sozinho, onde comia o que queria, na hora que queria, via TV até o amanhecer do dia...enfim, saudades de uma vida que ficou em 2009.
As mudanças vieram em 2010 com força total e só uma coisa não mudou: minha carência.
Acho até que piorou um pouco. Nesta cidade onde não conheço quase ninguém, ter alguém que queira me conhecer, participar da minha vida e estar do meu lado é algo que queria muito. Por um breve momento, pensei ter encontrado, mas a pessoa em questão alegou não ter paciência para muitas das coisas que eu falava, ou fazia. E optou por me isolar. Respeitei.
Algum tempo depois surgiu uma outra pessoa. E com esse confesso que tive momentos únicos e que estava gostando mesmo de tudo o que estava acontecendo entre nós. Muita conversa, muito papo, nos vimos, ficamos, aproveitamos... Achei que continuaria assim, pois o mesmo, uma pessoa que está se descobrindo ainda, cheio de medos, ainda se adaptando a sua orientação sexual, e principalmente, pensando em como adaptar-se a sua família e amigos com esta "nova"realidade, parecia seguro de tudo o que estava acontecendo entre nós, mesmo sempre pedindo que fôssemos com calma.
E seguimos com calma, no entanto, ele começou a ficar estranho. Continuávamos nos falando, todos os dias, o tempo inteiro, mas ele alegava uma tristeza da qual não sabia o motivo, que tirava a sua vontade de curtir com os amigos, de beber com aqueles que gosta...e passou a ficar mais em casa. As dificuldades com a família, a falta de emprego, e conseqüentemente de condições para que pudéssemos nos ver com mais freqüência e mais a vontade...
Acho que tudo isso fez com que ele pedisse que continuássemos apenas como amigos. Alegou confusão, estar um pouco perdido, precisando tomar decisões importantes em sua vida, e eu pelo visto fui a primeira decisão a ser tomada. Mas, com uma ressalva: "Se eu tiver certeza que é você que eu quero na minha vida, não se preocupe, porque eu irei te conquistar, irei correr atrás de você até o fim".
Doeu um pouco. Estava começando a acreditar que finalmente eu viveria uma história diferente das que já vivi. Ledo engano. Mas, apesar disso, reagi bem a este "fora". Na hora algumas lágrimas são inevitáveis, mas costumo dizer que após uma boa noite de sono, boa parte das coisas retornam ao seu devido lugar. E foi o que aconteceu.
Engraçado que neste mesmo dia em que um me deu um fora, o outro que simplesmente disse não ter paciência comigo, ressurgiu das cinzas. Sinceramente eu nem lembrava mais, fiz questão de colocar no passado, mas ele veio atrás, puxando papo via SMS, dei corda até me recordar de quem era. E claro, não perdi a oportunidade de questionar o porque dele estar vindo atrás de mim. Disse que era saudades de nossas conversas... Vai entender???
O fato é que agora eu não sei o que fazer. Acho que meu pobre coração já foi açoitado demais e está cheio de feridas, cicatrizes, e precisando de um tempo para se recuperar. Acho que é hora de encostar a porta. Ou talvez, fechar por um tempo.
Preciso prestar mais atenção em mim e no meu valor. Antes que qualquer outro faça isso. Então, é hora de curtir!
E para finalizar, uma música que tenho ouvido muito estes dias, apesar das críticas que fizeram a cantora, Christina Aguillera, por ter feito o clipe da música Not Myself Tonight cheio de referências a Lady Gaga e Madonna. Mas, como ela mesmo diz no clipe: Não sou eu mesma hoje à noite. Então, que ela seja quem quiser, Gaga, Madonna, Britney, etc, etc. O importante é que gostei da música. Achei dançante, achei sexy. E sim, acho que também não sou eu mesmo hoje a noite. rsrsrs.
Um grande abraço a todos! Obrigado pelas visitas e pelos comentários! E estarei passando no blog de cada um em breve.


domingo, 9 de maio de 2010

Vale a pena?

"Mãe, tô morrendo de saudades."
"Eu também, parece que faz um ano que você saiu".

Essa frase foi o suficiente para colocar pra fora as lágrimas que desde ontem eu prendi, com saudades daquela que é a pessoa que mais amo! O difícil de sair de casa e se aventurar em outro estado, uma cidade desconhecida, é deixar para trás aqueles que você gostaria que estivessem do seu lado nesse momento.
Quando a saudade aperta, é que vem o questionamento: vale mesmo a pena fazer esse sacríficio?